domingo, 20 de janeiro de 2008

Porquê o vegetarianismo?

O veganismo* e o vegetarianismo* têm como objectivo reduzir o impacto negativo que as nossas acções têm sobre o bem-estar animal, o ambiente e nós mesmos, alterando o que está ao alcance de cada um - a alimentação.

Uma vez que o sistema de produção intensiva de animais provoca dor e angústia nos animais criados, desrespeita o ambiente e aumenta os problemas de saúde em quem os consome, devemos evitar estes produtos e começar a conhecer e explorar outros recursos económica e eticamente mais sustentáveis.


Pelos animais

Os animais de criação intensiva são tratados como máquinas. Deles é retirada a maioria da carne que é consumida nos países desenvolvidos.

Nos primeiros dias de vida, por exemplo, os bicos das galinhas são cortados com uma lâmina quente e as bois e os porcos são castrados a sangue frio.

Estes animais passam as suas vidas sem condições para se moverem livremente, devido ao minúsculo tamanho das suas celas, sem se conseguirem virar sobre si mesmos, levantar uma asa e muito menos estabelecer laços sociais e familiares com outros animais da mesma espécie.

Muitos só respiram ar fresco e vêem a luz do Sol quando são transportados no camião que os leva para o matadouro, sempre sem comida, água ou qualquer cuidado sanitário, chegando muitas vezes ao destino feridos, doentes ou mortos.

Já no matadouro os animais são frequentemente anestesiados de uma forma incorrecta ou nem sequer o são. Depois a sua garganta é-lhes cortada automática ou manualmente com uma faca quando os animais ainda estão frequentemente conscientes, dando uns últimos momentos de vida cheios de agonia e sofrimento injustificado.

O grupo People for the Ethical Treatment of Animals (PETA) criou um vídeo sobre a criação intensiva de animais ("Meet your Meat"). O vídeo tem cerca de 11 minutos e para fazer o download do vídeo clique aqui (existe uma versão de 15 e outra de 73 Mb).



Pelo ambiente.

Para além de serem necessárias enormes quantidades de água e terreno para alimentar os animais em regime de criação intensiva, os excrementos criados levam à poluição da terra, água, e ar.

Esta intensificação provoca a degradação do ecossistema global através da desflorestação, desertificação, poluição dos oceanos, destruição de matas, erosão do solo e mudanças climáticas.

Em Portugal as suiniculturas, com uma criação nacional anual superior a 2 milhões de porcos, são o principal problema de poluição fluvial (Quercus).

Por outro lado e em relação aos recursos desperdiçados, a produção de carne é pouco eficiente comparada com a produção de vegetais. Em média, para cada refeição de carne produzida são usados os recursos que poderiam servir para produzir 10 refeições baseadas em vegetais.

Numa altura em que a fome no mundo e a aumento da rentabilidade dos recursos terrestres se tornam assuntos cada vez mais importantes, a alimentação vegetariana surge como uma forte ferramenta que contribui para a melhoria da situação actual.



Pela sua saúde.

Na comunidade portuguesa a carne está associada a uma imagem de abundância e vitalidade, existindo a ideia de que só através dela se pode obter a energia, as proteínas e o ferro necessários ao organismo. Mas esta é uma ideia incorrecta.

Inúmeros estudos científicos já comprovaram que os ocidentais seguem uma dieta onde existe excesso de proteína, açúcar, gordura saturada, colesterol, pesticidas e com poucas fibras.

Sabe-se também que os povos que consomem produtos animais são mais susceptíveis ao cancro da mama, próstata e cólon, ataques cardíacos, obesidade, osteoporose, artrite, diabetes, asma, pedra nos rins e impotência e que quanto mais restrita é a alimentação vegetariana (desde a simples redução do consumo de carne, passando pela alimentação ovo-lacto vegetariana até à alimentação estritamente vegetariana - "vegana") menor é o risco de se ter estes problemas.

Para além disto, a carne contém acumulações de pesticidas e outros produtos químicos até 14 vezes mais concentrados do que em alimentos vegetais.

Um pormenorizado relatório sobre dieta vegetariana produzido recentemente pela Associação Dietética Americana e pelo grupo Nutricionistas do Canadá revela que não existem problemas de saúde associados a uma alimentação vegetariana equilibrada e que, pelo contrário, este regime alimentar reduz o risco de várias doenças.


Conclusão

Sendo o vegetarianismo uma alternativa mais ética, ecológica e saudável pedimos que cada pessoa reflicta sobre a possibilidade de a adoptar no seu dia-a-dia. Devemos fazer um pequeno esforço para criar hábitos mais positivos e responsáveis. Consulte também a nossa lista de perguntas frequentes sobre vegetarianismo


*De uma forma simplificada e despreocupada pode definir-se vegetarianismo e veganismo da seguinte forma:

Vegetarianismo - Regime alimentar onde é evitado o consumo de animais mortos - vacas, porcos, frangos e qualquer tipo de peixe, por exemplo.

Veganismo, também chamado vegetarianismo puro ou estrito - Regime alimentar onde é evitado o consumo de qualquer produto de origem animal - leite de vaca e ovos para além da carne e peixe, por exemplo.

http://www.lpda.pt/vegetarianismo/porque_veg.htm

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