Os animais de raça são lindos e adoramos mostrá-los aos nossos amigos. Merecem-nos elogios, que ouvimos como se nos estivessem a elogiar a nós, e dão-nos um certo prestígio.
A sua vida é fácil e doce... mas a sua origem pode não ter sido assim tão doce.
A criação de animais de raça raramente é um processo natural. As mães são forçadas a ter ninhadas com intervalos mais curtos do que seria natural para sustentar as despesas dos criadores que insistem em viver às custas deste negócio, e quando já não estão na idade de procriar ou já não produzem crias ‘com qualidade’, podem ser simplesmente eutanasiadas ou vendidas por um preço baixo.
Esta é uma das muitas faces dos negócios de animais de companhia.
Outra, é que ao estarmos a dar dinheiro por um animal de raça, estamos a sustentar este negócio, a ajudar a que ele continue e floresça, e a fazer com que o número de cães e gatos aumente, quando ele já é tão grande e os canis municipais estão a abarrotar de animais sem dono.
Por muito menos dinheiro do que aquele que se dá por um animal com pedigree, ou até de graça, pode arranjar-se um animal de companhia num abrigo para animais abandonados ou num canil municipal.
Os canis municipais, principalmente, são locais onde existem animais cujo tempo se esvai rapidamente – se não forem adoptados ao fim de um certo tempo de espera, em alguns casos muito curto, serão mortos para dar lugar a outro breve prisioneiro da mesma jaula.
A visita a um canil municipal é algo desesperante – os animais parece que pressentem que estamos ali para escolher algum felizardo e acreditam mesmo, por instantes, que serão os escolhidos; abanam as caudas ou miam de contentes por verem um ser humano, que eles estão habituados a considerar uma fonte de segurança e carinho. É doloroso deixá-los para trás e não poder levá-los a todos.
As organizações de ajuda a animais abandonados são outro local onde é possível encontrar um animal de companhia. Nestes locais os animais não costumam ser maltratados ou desdenhados como o poderão ser pelos funcionários dos canis municipais, já que aqui só trabalha quem gosta mesmo de animais, muitas vezes em regime de voluntariado. Mas também estas organizações estão sobrelotadas com animais sem dono, principalmente por causa do desleixo dos antigos donos que não deram valor ao animal e o abandonaram. Além disso, aqui os animais podem sofrer imensas necessidades básicas, como vacinas, medicamentos, abrigo e muitas vezes comida.
Concluindo: lembra-te destes pequenos conselhos quando pensares em adquirir um novo animal de companhia. A vida de cada animal é única, na medida em que é a única oportunidade que ele terá; e acabada essa oportunidade não haverá mais nada para ele.
Adopta, não compres. Vais ver que atrás de um pêlo menos comprido, de umas orelhas menos direitas e de um focinho menos elegante, a alma é igual.
Podem-se encontrar animais para adoptar e a morada de associações e canis em todo o país nos seguintes links:
http://www.centrovegetariano.org/index.php?article_id=309
http://www.centrovegetariano.org/index.php?article_id=304
http://www.centrovegetariano.org/
quarta-feira, 26 de março de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário